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CONFIANÇA, PADARIA E PASTEL

  • Foto do escritor: Marcelo Rondon Xavier
    Marcelo Rondon Xavier
  • 29 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Fonte: Canva

Eu gosto muito de padarias. Para mim é sinônimo de dedicação, carinho com as pessoas e, acima de tudo, um lugar de relações. As antigas padarias, aos poucos deram lugar a novos empreendimentos que, além do famoso pão francês, vendem diversos outros produtos e são um ótimo ponto de encontro.

Aqui na Vila Romana (SP), existe uma padaria chamada Natalina, fundada em 1948, que me foi apresentada pelo meu Vô Waldemar, um Português que adorava jogar malha em um campo que ficava bem próximo a essa padaria. Íamos lá em muitas ocasiões, sendo a mais especial encomendar mini pães para lanches de carne louca no meu aniversário e do meu irmão. Sempre esperava com animação por esse momento e a Natalina, mais conhecida em minha família como a "padaria da malha" foi parte importante dessa história. A padaria ainda funciona no sistema de fazer um pedido, a pessoa que atende anota em um pequeno pedaço de papel e fazemos o pagamento no caixa, demonstrando confiança nos clientes. Sempre achei isso fantástico nos dias de hoje em que a premissa é não confiar.

Já havia comentado em uma postagem no LinkedIn sobre a barraca de pastel da feira que frequento perto de casa e como um sistema de colaboração, comunicação e confiança nos colegas de trabalho permite um trabalho ágil, preciso e que, em última instância, entrega uma ótima experiência aos fregueses, como eles ainda gostam de, carinhosamente, chamar os clientes na feira livre.

Pois bem, ontem tive mais um exemplo de que a confiança ainda existe. Fui a uma cerimônia de premiação do Circuito Escolar de esportes. O Mauricio recebeu um destaque pela atuação como atleta de judô. Como moro em São Paulo e eles em Santo André, sempre saio com bastante antecedência por causa do trânsito. Graças ao jogo do Brasil com a Suíça, as ruas estavam totalmente livres e cheguei bem cedo. Obviamente procurei uma padaria para comer algo e esperar e o Google me mostrou a Panificadora Nanci, que deve ser contemporânea da Natalina. Entrei, pedi um croissant e uma água com gás. Como não havia recebido nenhuma comanda ou papel com o preço, na hora de ir embora perguntei para a atendente como faria. Ela apenas disse "são R$ 12,40, pode ir no caixa pagar". Confesso que até fiquei surpreso com a confiança. Fui ao caixa, paguei o valor e saí com um sorriso no rosto e com ainda mais admiração pelas padarias e com a possibilidade de relações mais verdadeiras.

Obrigado a todos os donos e donas de padarias e que possam existir mais Natalinas e Nancis em nossas vidas.

 
 
 

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