QUAL O PESO DA SUA MOCHILA?
- Marcelo Rondon Xavier
- 10 de jan. de 2023
- 2 min de leitura

Fonte: Canva
Em 2018, após 20 anos trabalhando no mercado financeiro e com a mochila bem pesada de stress, noites sem dormir, muitas viagens e pouco propósito, decidi fazer uma mudança. Naquele momento, ainda sem ter uma definição dos próximos passos, parti para um período de reflexões e aprendizado. Como dizia à época, me sentia um dinossauro vivendo nos anos 2000. Precisava de uma atualização.
Nos anos seguintes, percebi que essa atualização passava muito mais em me autoconhecer do que novas habilidades técnicas. Descobrir minhas zonas de força que poderiam ter ficado perdidas dentro daquela mochila, cheia de pensamentos, certezas e sentimentos que estavam escondendo lá no fundo quem era meu verdadeiro ser.
Revisitar minha história foi importante nesse período. Lá pude reencontrar meus valores, reconexão com a família e com quem importa, me respeitar e entender que a vida é uma, é inteira, é completa.
Percebi que o mundo corporativo estava (e está mais ainda após a pandemia) doente, com elevados níveis de burnout - estudos mostram que 30% da população economicamente ativa sofre com ele. Pessoas trabalhando no automático, sem uma visão clara do porquê e para que fazem aquilo e em ambientes com baixo nível de segurança psicológica, aumentando ainda mais o medo e a insegurança.
Durante os últimos 4 anos, estou tendo a oportunidade de explorar e experimentar novas possibilidades de trabalho. Participar do processo de crescimento de uma startup me mostrou que, cada vez mais, devemos procurar entender os negócios como um todo, integrando conhecimento e habilidades, trabalhando em cooperação e não em competição. Que trabalho com sentido faz bem à vida e temos sim essa possibilidade. Para isso, um processo de autoconhecimento é fundamental.
Eu fiz um período sabático que me ajudou bastante, mas tenho consciência de que, infelizmente, não é uma oportunidade para a grande maioria das pessoas. Visando ajudar na disseminação de algumas ideias que são acessíveis a todos, escrevi, em parceria com o 45 do Primeiro Tempo, o e-book "10 Pequenos Sabáticos para Usarmos no Dia a Dia". Lá, exploro algumas possibilidades de mudança ou inclusão de hábitos e percepções que podem nos ajudar no processo de uma vida com mais sentido.
Recentemente, li um artigo na Harvard Business Review intitulado "In Praise of Extreme Moderation", ou "A admiração da extrema moderação" em uma tradução livre. Nele, a autora Avivah Wittenberg-Cox reflete sobre nossa vida de extremos. Muitas vezes, iniciamos atividades que deveriam ser de prazer e distração, como um esporte e, quando nos damos conta, viramos maratonista. Diante disso, conta que tem levado a vida sob extrema moderação, ou seja, um balanço entre não fazer nada e fazer muito e nos convida para essa reflexão de equilíbrio em nossas vidas. Achei um exercício bastante interessante para começar a colocar em prática.
Navegar por estes novos caminhos nos últimos anos tem deixado minha mochila um pouco mais leve, por mais que ainda tenha muitas coisas escondidas lá. E você? Tem carregado uma mochila muito pesada? Que tal começar a dar uma olhada no que está lá dentro?




Comentários